CLASSICISMO - SÉCULO XVI
No final do século XV, a ciência
questionava dogmas religiosos, comprovara-se que a Terra era redonda, o
comércio expandia-se.
Esse processo de mudanças, que se
estendeu até o final do século XVI, é chamado de Renascimento que marca o fim da Idade Média e
a transição para a idade Moderna.
A literatura renascentista
caracteriza-se por imitar as obras de escritores da Antiguidade clássica
greco-latina; por isso é chamada de Classicismo. Portanto, Classicismo do século
XVI é a expressão literária do Renascimento, que envolveu artes, ciência e
cultura em geral.
• Expressão das idéias e dos
sentimentos do homem do século XVI;
• Busca pelos modelos greco-latinos
e pelo espírito aventureiro reinante à época das navegações;
• Medida nova;
• Soneto;
• Oitava-rima;
• Culto ao paganismo;
• Idealização amorosa;
• Racionalismo;
• Universalismo;
• Nacionalismo;
•
Formas de inspiração clássica: écloga, elegia, ode, epístola, epitalâmio
LUÍS DE
CAMÕES
Soube conciliar seus estudos de cultura clássica com as ricas experiências de suas viagens pelo Oriente, o que lhe permitiu escrever Os lusíadas.
POESIA ÉPICA
As aventuras e
os feitos heróicos dos portugueses foram narrados na epopéia Os lusíadas.
Liderados por Vasco da Gama, os
lusos lançaram-se ao mar numa época em que ainda se acreditava em monstros
marinhos e abismos.
A ESTRUTURA
A obra apresenta 1102 estrofes,
8816 versos, todos decassílabos em oitava-rima, organizadas em 10 cantos (cada
canto corresponde a um capítulo) que constituem 3 partes.
• Introdução: (dezoito estrofes do Canto I) proposição: apresentação;
invocação:
invoca as
Tágides (ninfas do rio Tejo); dedicatória: oferece o poema a D. Sebastião, rei de Portugal.
•
Narração: (da estrofe 19 do Canto I a 144 do Canto X)
•
Epílogo: (estrofes 145 a 156 do Canto X)
CONCÍLIO DOS
DEUSES - I, 20-41
Como primeiro grande episódio o Concilio dos Deuses-a reunião olímpica para decidir o
futuro dos lusitanos.
INÊS DE CASTRO - III, 118-135
História de
Inês de Castro, a que foi rainha depois de morta.
Esse episódio carrega em si uma
grande carga lírica e dramática, principalmente, porque a própria Inês possui
voz e diz a seus algozes:
0 tu, que tens de
humano o gesto e o peito
(Se de humano é
matar uma donzela,
Fraca e sem
força, só por ter sujeito
O coração a
quem soube vencê-la).
A estas
criancinhas tem respeito,
Pois o não tens
à morte escura dela;
Mova-te a
piedade sua e minha,
Pois te não o
move a culpa que não tinha
O VELHO DO RESTELO -IV,90-104
O episódio que se dá na saída das
naus de Vasco da Gama em 1497. Na hora da partida dos marinheiros surge um
velho na praia que vocifera sentenças. Fala dos desastres da jornada.
As palavras do velho são como que
o pensamento das pessoas mais humildes.
O GIGANTE ADAMASTOR
O Gigante Adamastor é a
representação mitológica do tenebroso Cabo das Tormentas. Ao chegar perto do
cabo, Vasco percebe formar-se uma nuvem negra no céu, tão perigosa que toda a
tripulação e mesmo ele, o bravo capitão, homem corajoso e inabalável, sente
medo.
POESIA LÍRICA: A POÉTICA DO CONFLITOInfluenciado pela lírica medieval portuguesa e pela italiana dos séculos XIV a XVI, Camões produz uma obra identificada como medida velha (tradição medieval), e como medida nova (inspiração no Humanismo e Renascimento).
Cantiga alheia
Na fonte está
Lianor lavando a talha e chorando,
às amigas perguntando:
- Vistes lá o meu amor?
porque a tudo o Amor a obriga,
cantava; mas a cantiga
eram suspiros por ele.
Nisto estava Lianor
Nisto estava Lianor
o seu desejo enganando,
às amigas perguntando:
- Vistes lá o meu amor?
O rosto sobre uma mão,
- Vistes lá o meu amor?
O rosto sobre uma mão,
os olhos no chão pregados,
que, do chorar já cansados,
Algum descanso lhe dão.
Desta sorte Lianor
Algum descanso lhe dão.
Desta sorte Lianor
suspende de quando em quando
sua dor; e, em si tornando,
mais pesada sente a dor.
(...)
POESIA LÍRICA: TEMAS
Figuras de linguagem:
■ Antíteses —>
Residem juntamente no teu peito Um demônio que ruge e um Deus que chora
■ Hipérboles —>
...apareceu um homem, metido numa infinita sobrecasaca...
■ Metáfora —>
Mas vejo aquela cujo olhar são pirilampos
■ Paradoxo —>
Dor, - tu és um prazer! (...)
Ó morte, - tu és o viver!
■ Prosopopéia —>
/4s casas espiam os homens...
Mas como causar pode seu favor
(...)
POESIA LÍRICA: TEMAS
■
O amor e a mulher - neoplatonismo (idealização do amor / emoção-razão)
Amor sensual
■
A natureza confidente (jogo de cor, luz, relevo, som / locus amoenus)
■
A degradação dos costumes (hipocrisia, poder, contradições)
■
O ideal de aurea mediocritas (vida simples - imitação do poeta grego
Horácio)
Figuras de linguagem:
■ Antíteses —>
Residem juntamente no teu peito Um demônio que ruge e um Deus que chora
■ Hipérboles —>
...apareceu um homem, metido numa infinita sobrecasaca...
■ Metáfora —>
Mas vejo aquela cujo olhar são pirilampos
■ Paradoxo —>
Dor, - tu és um prazer! (...)
Ó morte, - tu és o viver!
■ Prosopopéia —>
/4s casas espiam os homens...
Amor é um fogo que arde sem se ver,
É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente,
É
dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um
cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É
ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
ANTIGUIDADE
|
IDADE
MEDIA
|
ERA CLASSICA
|
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Cultura
grega
(séc. XII a.C.-II a.C.)
|
Cultura
Latina
(séc. VI a.C-V d. C.)
|
Alta
Idade
Média
(séc. V- XI/XII)
|
Baixa
Idade
Média
(séc.
XII-
XV)
|
Humanismo
Período de transição
|
Classicismo (séc. XVI)
|
Barroco (séc. XVII)
|
Arcadismo (séc. XVIII)
|
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