Desde o desaparecimento dos
trovadores, as cortes portuguesas passam a viver um reflorescimento cultural,
que marca
a transição
entre o Trovadorismo e o Renascimento do século XVI.
Portugal amadurece e prepara-se,
com o advento das navegações, para dar seu maior salto histórico.
PRODUÇÃO LITERÁRIA
•
Prosa: as crônicas históricas de Fernão Lopes
•
Poesia: poesia palaciana, recolhida no Cancioneiro Geral
•
Teatro: a dramaturgia de Gil Vicente
A POESIA PALACIANA: O ENCONTRO ENTRE O
VELHO E NOVO
A poesia
palaciana apresenta alguns poemas de forma fixa:
•
Vilancete: um mote de dois ou três versos e uma glosa de sete
•
Cantiga: um mote de quatro ou cinco versos e uma glosa de oito a
dez
•
Esparsa: uma única estrofe com número de versos que varia entre oito
e dezessete
Cantiga, partindo-se
Senhora, partem tão tristes Meus olhos, por vós, meu bem,
Que
nunca tão tristes vistes Outros nenhuns por ninguém.
Tão tristes, tão saudosos,
Tão doentes da partida,
Tão cansados, tão chorosos,
Da morte mais desejosos
Cem mil vezes
que da vida.
Partem tão
tristes os tristes,
Tão fora de
esperar bem,
Que nunca tão tristes vistes Outros nenhuns por ninguém.
João Roiz de
Castelo Branco (século XV)
GIL VICENTE: RETRATO E CRÍTICA
MODALIDADES TEATRAIS:
• Os mistérios: encenações de episódios bíblicos;
• Os milagres: episódios da vida de santos;
• As sotties: peças cujas personagens, por serem loucas, tinham a liberdade de dizer verdades desagradáveis ao público
Gil Vicente preocupa-se em retratar o homem em sociedade, criticando-lhe os costumes e tendo em vista reformá-los. Trata-se de uma obra moralizante.
Nenhuma classe social escapa à sátira de Gil Vicente: o rei, o papa, o clérigo, a mulher adúltera, etc.
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